Quanta saudade da minha infância
Acordar cedinho, ir à escola
Começando pelas primeiras letras
Desenhando na folha do caderno
Na hora do recreio, íamos brincar
Lanche: pão caseiro, banha de porco com sal
Os tempos eram outros – muito diferentes
Engraçado, comíamos e não fazia mal
Depois da escola ao voltar para casa
Num terreno grande a gente brincava
Carrinho de lata preso a um cordão
Uma bola de meia pra gente chutar
Televisão? Não se via falar
Feliz de quem tinha um rádio a bateria
Ferro de passar, aquecido em brasa
E a roupa lavada com sabão em barra
Rua calçada, a gente não via
Era chão batido para caminhar
Com os pés descalços à aula eu ia
Ninguém ousava falar, reclamar
No fim do ano chegava o Natal
Ficávamos ansiosos aguardando o presente
Coisa simples dadas com carinho
Felizes rezávamos: agradecidos, contentes
O tempo passou, tudo evoluiu
As coisas mudaram, o mundo cresceu
Sinto grande saudade do tempo de menino
Restaram lembranças neste peito meu
Autor: José Wilmar Pereira - Do livro Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos
61º volume
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